sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ser velhinho



Chegar às idades mais avançadas está longe de ser um conto de fadas ou um castelo cor de rosa. Não é fácil. Na grande maioria dos casos não é justo e torna-se mesmo desumano.
Parece que as televisões e os meios de comunicação acordaram para uma realidade que existe há muitos anos. Idosos abandonados nos hospitais, sem uma única visita, idosos sozinhos em casa e sem família que cuide deles, idosos abandonados em lares. A braços com múltiplas doenças e a necessidade de vária medicação, sem dinheiro para remédios, sem dinheiro sequer para aquecimento em casa ou para alimentação.
Quem trabalha nos hospitais conhece com certeza esta realidade: as enchentes de idosos no pico do verão, na altura das férias, os idosos que não têm uma única visita, os que têm alta e não têm para onde ir, as vésperas de natal, tristes e enevoadas, nas quais todos estão em casa a preparar as ceias e muito poucos se deslocam a ver os "avós" e "bisavós" ao hospital.
Por outro lado, quem trabalha nos lares conhece também a realidade de quem está sozinho, sem visitas, sem telefonemas.
Não é de hoje. É de há muitos anos atrás. A terceira idade, quando a solidão bate à porta, é demasiado difícil de ver e de suportar.

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