Enfermeiro

Quando decidi ser Enfermeira, tenho a mais plena noção que não fazia ideia do que era.
Hoje em dia repito algumas vezes que adoro aquilo que faço, mas que se soubesse bem teria escolhido outra profissão. Não é de todo verdade.
Adoro de paixão. Apesar de não ter as melhores condições, de trabalhar num Hospital Público velhinho lá para o meio da capital (que por sinal também adoro, juntamente com mais um ou dois que tenho de eleição), num Serviço de Medicina Interna que será sempre um dos parentes pobres dos cuidados de saúde, apesar de e de e de...não mudava. É muito bom ser Enfermeiro. É muito bom o reconhecimento que nos dão no nosso local de trabalho, no sorriso dos nossos doentes. Quando mais ninguém os quer, quando ninguém os quer levar para lado nenhum.É bom acompanhar nas 24horas, dar a mão quando é necessário, não deixar partir sozinho. Acredito fielmente que será das profissões mais bonitas do mundo.
Fracamente reconhecida, fracamente apreciada, considerada por muitos os meninos das injecções e das trocas de fraldas. Talvez um dia, quando precisarem de nós, reconheçam a nossa importância. Talvez um dia, quando nos virem a entrar no quarto de noite com a luzinha da lanterna, percebam que estamos ali para os velar, para cuidar, para fazer o que aprendemos com todo o nosso respeito, com todos os nossos conhecimentos, com o melhor de cada um de nós. Talvez um dia sejamos pagos de acordo com o que fazemos, de acordo com as responsabilidades que nos dão, de acordo com os riscos que corremos...Eu continuo a lutar, naquilo que são as minhas possibilidades.